segunda-feira, 28 de julho de 2008

Dom Casmurro

Voltando a Dom Casmurro, vou mostrar só mais um bocadinho da deliciosa prosa de Assis e do amor adolescente de Bento e Capitu:
"-Deixe ver os olhos, Capitu.
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada". Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. (...) Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles ollhos de Capitu. (...) Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me."

Depois... depois muito mais vai acontecer na vida destes dois.

Quem não leu o livro, leia. Ler um bom livro enriquece a nossa visão do mundo, da vida e das pessoas.

Quem já leu sabe que esta é a versão de Bento dos acontecimentos, como seria a de Capitu? Isso ficará sempre no segredo dos deuses...
Pode ler aqui no blog da Isabel.

2 comentários:

Isabel disse...

Ameixa, tu não páras! Mas quantas horas tem o teu dia?! Fizeste o blog num abrir e fechar de olhos! Acho que tá bonita a frase que puseste no início. Está tudo optimo. Muito bem.

ameixa seca disse...

O meu dia tem as mesmas horas... eu é que sou uma stressada e quero ver logo tudo feito ;)
Até a frase saiu à pressão!
Obrigada :)