segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Os meus 30 anos com Amália

Depois de um almoço em família, em que tivemos 12 pessoas à mesa, nada melhor do que repousar um pouco e pôr a leitura em dia.
Os momentos de repouso deram para acabar de ler este livro, que achei muito bonito, pois é uma forma de ficarmos a conhecer mais um pouco quem foi a D. Amália, a grande diva do fado do nosso país.



Este livro revela vivências e intimidades, muitas delas até agora desconhecidas do público. Siga a visita guiada que Estrela Carvas, com a colaboração jornalística de Maria Inês de Almeida, preparou para si e descubra:
Uma Amália que gostava de ter sido bailarina; uma Amália fumadora inveterada, que chegava sempre cedo aos espectáculos e bebia chá aos litros; a Amália que rezou para amar e adormecia com os filmes do Fred Astaire; a Amália que gravava discos numa ou duas noites e gostava de queijo da Beira Baixa, com cheiro intenso; a Amália que nunca tirou a carta de condução e arrancava flores dos jardins de outras casas; a Amália que detestava palavrões e queria ter tido uma roça em África.
Uma Amália muito mais próxima de si. Mais do que alguma vez imaginou.


Podem ler aqui no blog da Risonha.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Os homems que odeiam as mulheres

Em tempo de férias ler tem outro sabor.
Não haver horários para nada, não ter compromissos nem prazos, nem sequer para comer, faz com que ler seja onde e quando se quiser, sem obrigatoriedade de parar. Aaaahhh! E como é bom!
O livro que me acompanhou nos primeiros dias de praia e que li de um fôlego tem tudo para ser um bom companheiro de férias: aventura, mistério, suspense, actualidade, política, policial, amor, sexo, que se sucedem de forma veloz, em 539 páginas tão bem escritas e que nos prendem ao enredo magistralmente.




« Os homens que odeiam as mulheres » é o 1º volume de uma trilogia escrita pelor Stieg Larsson. Jornalista e editor da revista Expo, Stieg Larsson foi um dos maiores peritos mundiais no estudo de movimentos antidemocráticos, de extrema-direita e nazis. Digo “foi” porque já morreu, exactamente depois de entregar os três volumes da trilogia Millennium .Morreu de causas naturais, ao que parece e, apesar de todas as mortes serem lamentáveis, depois de o lermos, concordamos que tenha sido cedo demais.
Mas afinal de que trata o livro?


Começa tudo com um escândalo jornalístico sobre um banqueiro que, devido a falta de provas que justifiquem as acusações publicadas, levam à condenação de Mikael Blomkvist, jornalista e editor da revista Millennium.
Afastado voluntariamente da revista, é contactado e contratado pelo patriarca de uma das grandes famílias suecas, Henrik Vanger, dono de uma sólida indústria com ramificações em diversas áreas. A proposta que ele faz ao jornalista é insólita e aliciante; descobrir o mistério da morte de uma sua sobrinha-neta, há 40 anos atrás, pagando-lhe uma avultada soma em dinheiro mas, melhor que tudo, dando-lhe em troca provas concretas da corrupção do “tal” banqueiro que lhe permitirão a vingança . Como disfarce para a sua investigação, dado que a família Vanger é um ninho de víboras, diria a todos que estava a escrever a história da família.
Esta é a 1ª parte da história, as 122 páginas iniciais.
A partir daqui temos um Mikael que se instala lá bem a norte da Suécia, numa pequena cabana em Hedestad, gelada e solitária, deixando para trás a sua amante e sócia à frente da revista. Começa a investigar e estudar a família em questão e a analisar o dia fatídico da morte de Harriet.
Fascinante é a segunda personagem mais importante, Lisbeth Salander, freelancer numa empresa de investigação privada, uma hacker fabulosa, que investiga Mickael a pedido de Vanger. De personalidade fechada, altemente problemática e irrascível vai acabar por trabalhar com Mikael e envolver-se afectiva e fisicamente com ele. Juntos vão passar por algumas vicissitudes, perseguições e finalmente descobrir o mistério de Harriet Vangler.
Não vos vou contar mais pormenores porque tiraria todo o interesse a quem o quiser ler. Direi apenas que é bem interessante o contexto político e económico sueco onde se passa a acção, a actualidade do mundo e submundo da imprensa, as novas tecnologias e a sua aplicação fascinante à espionagem electrónica.
Não percam. Leiam!
Segue-se em breve, espero, « A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo », 2º volume desta trilogia e que já está na minha mesa à espera de vez. O 3º é « A rainha no palácio das correntes de ar». Sugestivos os títulos, não?

Podem ler aqui no blog da Noémia.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O carteiro de Pablo Neruda

E pronto.... eu quando me agarro a um livro e gosto do que estou a ler não descanso enquanto não termino. Foi o que aconteceu com este, que foi lido em 3 serões.

A vida na Ilha Negra é demasiado aborrecida para Mário, um jovem pescador que procura uma forma de subsistir sem ter que se dedicar à pesca, como a maior parte dos habitantes da ilha.
Mário decide abandonar o seu ofício para se converter no carteiro da ilha, onde só Pablo Neruda recebe correio. Mário e o poeta entabulam uma singular relação.
Mário aprende com Neruda o que é uma metáfora e pede-lhe ajuda e conselhos para conquistar a jovem Beatriz.
Entretanto, Salvador Allende ganha as eleições e as mudanças políticas sucedem-se vertiginosamente no país até acabarem por afectar gravemente a vida dos habitantes da Ilha Negra.


Notas sobre o autor:
Antonio Skarmeta nasceu em Antofagasta (Chile) em 1940. Escritor, argumentista, tradutor, director de cinema e de teatro e professor de Literatura, é um dos mais relevantes autores latino-americanos actuais.
Além de O Carteiro de Pablo Neruda (1985), obra publicada em 30 línguas e adaptada com grande êxito internacional ao cinema, destacam-se da sua produção literária os romancesSoñé que la nieve ardia, No pasó nada, La Insurrección, A Boda do Poeta, A Rapariga do Trombone e A Dança da Vitória.

Podem ler aqui no blog da Risonha.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

És mesmo tu?


Uma das peripécias da minha viagem ao brasil, foi ter entrado num avião avariado e em consequência ter perdido a ligação em Madrid, o que teria sido um suplicio de 30 e muitas horas em transito e uma aventura desgastante para inicio de viagem, se não tivesse encontrado um grupinho no aeroporto de sofredores da mesma causa, mas mesmo assim animados para a longa viagem que nos esperava.

Deste grupinho resultaram alguns amigos de viagem e uma destas amigas, uma menina muito especial, logo que soube do meu menino fez questão de lhe enviar um presentinho. O presente foi este livrinho muito engraçado que o menino adorou, dos vários que já tem na estante do quartinho nenhum lhe despertou um interresse especial, para além de ouvir a histórinha ao deitar.



Este vai buscá-lo de vez em quando e fica a admirar cada página e de cada página ele inventa uma história e comenta todos os pormenores do desenho.

Este livrinho sai um bocadinho do ambito da academia, mas penso que a literatura infantil tem também muito interesse e este principalmente pela originalidade do livro, da história e da ilustração, uma belissima sugestão para fugir histórias mais tradicionais.

A história é muito divertida e para abrir o apetite....



"Uma bota que desapareceu

misteriosamente deixa

dois amigos á conversa.

Uma conversa labirintica

que nos deixa quase tontos!

Mas as conversas entre

amigos são mesmo assim....

Cheias de curvas, contracurvas

e referencias estranhas

(que mais ninguem entende!),

as conversas entre amigos

guardam sempre segredos

e muita cumplicidade."



" Olha, olha...

Aquela ali não é a Inês?

A Inês...qual Inês?

A Inês pequenina, do risco ao meio.

A Inês que perdeu a bota no recreio!

A Inês distraida, irmã do Zé.

Do Zé...qual Zé?


O Zé grandalhao,

que comeu a lagartixa

apensar que era salsicha.

E que foi procurar a bota

ao telhado com o Tó......"



Quem quiser saber mais é só procurar nos livrinhos do Planeta-tangerina do qual a minha amiga Yara faz parte.

A autora do livrinho é Isabel Minhós Martins e as ilustrações são de Bernardo Carvalho.

Podem ler aqui no blog da Alcina.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Historiador

Confesso que estava difícil acabar de ler este livro, pois no princípio mostrou-se algo "secante": muita narração, poucos ou nenhuns diálogos, muita descrição... estava a ser realmente um livro muito maçador.
Mas como raramente coloco um livro de parte, não desisti e a partir do meio do livro comecei a adorar.
Quem gostar de temas "vampirescos" tem aqui uma boa opção.



Uma jovem encontra, na biblioteca do seu pai, umas velhas e enigmáticas cartas e um estranho livro praticamente em branco.
Quando pergunta ao seu pai sobre esses curiososo objectos, este conta-lhe como o livro chegou às suas mãos e como mudou a sua vida e a de todos os que o rodeavam.
E assim começa uma série de aventuras, que percorrem três continentes e dois séculos, e que tratam segredos familiares, a imprescindibilidade da História e uma conspiração que envolve uma das figuras mais notáveis da cultura ocidental: Vlad III o Empalador, conhecido desde o século XIX, graças à obra de Bram Stocker, simplesmente como Drácula.



Notas sobre a autora:
Elizabeth Kostova nasceu em New London, Connecticut, EUA, em 1964.
Licenciou-se pela Universidade de Yale e fez um Mestrado em Arte na Universidade do Michigan.
O Historiador é o seu primeiro romance. Publicado em 2005, demorou dez anos a ser escrito e recebeu em 2004 o Prémio Hopwood da Universidade do Michigan. Graças ao seu original tratamento do vampirismo num apaixonante relato apoiado numa sólida base documental, esta obra obteve um extraordinário êxito internacional, que converteu a sua autora numa das escritoras de romance de intriga mais prometedoras dos últimos tempos.


Podem ler aqui no blog da Risonha.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

No teu deserto


"No teu Deserto", de Miguel Sousa Tavares é um livro de fácil leitura, não é romance mas é uma história de amor, embora que platónico...ou talvez não.

A minha classificação: média.

Alguns excertos:

"...a terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem a sabe olhar..."
"...a Cláudia sempre gostou de desaparecer, mas isso não significava, de modo algum, que as coisas lhe fossem indiferentes..."

Podem ler aqui no blog da Cláudia.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Cromossoma do Amor


Não sou grande fã das revistas cor de rosa nem tenho a menor pachorra para "tias"... confesso que nunca prestei uma atenção especial a esta Bibá, porque também não tenho pachorra para Bibás, Titas, Xinhas, Mimis e Lólós e etc etc etc.
Mas já tinha pensado uma vez que uma mulher da minha idade tinha 5 filhos, um deles diferente e que continuava a ser uma mulher sempre alegre, que aparecia sempre a rir e com ar de felicidade no rosto.

A Trissomia 21 como a paralisia cerebral, o autismo, são temas que me interessam, me entristecem e me fazem sempre pensar. Tenho um primo com Paralisia cerebral e cometi o erro do qual me arrependo até hoje de o tratar sempre como se fosse um bebé (até aos 8 anos) com gu-gus e da-das enquanto que ao outro primo da mesma idade falava normalmente. Acontece que a paralisia dele apenas lhe afeta a parte motora, e a da fala e por mais que a mãe mo dissesse eu não conseguia assimiliar que era mesmo assim. Quando o via a olhar para mim, sempre a rir e com um fio de baba a escorrer, para mim, apesar de o adorar ele era "atrasadinho"....

Até que um dia, tinha ele 9 anos, me chamou pelo msn e tive uma conversa com ele (à sua velocidade e ritmo) que me fez chorar convulsivamente de ter sido tão injusta com ele. Ele disse-me que devido à sua "diferença" não conseguia falar e tinha dificuldade em se expressar e que pela primeira vez podia dizer-me o quanto gostava de mim e o quanto me achava bonita. Chorei como há muito não chorava... e desde aí temos várias conversas pelo msn e NUNCA MAIS incorri na estupidez, na injustiça de falar com ele como se fosse um atrasadinho. Hoje converso normalmente com ele, dou-lhe o tempo que ele precisa para se fazer entender e até já me contou uma ou duas anedotas "picantes" (proprias dos seus 9 anos).

Enfim.... tudo isto para dizer que por vezes o não entendermos as diferenças dos outros, ou por não fazermos um esforço para as entendermos somos injustos, somos incorrectos e fazemos pessoas infelizes. E foi assim que eu decidi comprar o livro da Bibá Pitta e da história da sua filha Madalena. As expectativas eram.... as que eram.... ver se ela ia fazer show off, se queria dar nas vistas ou se tinha alguma coisa para nos contar.

E tinha... e tem... e aconselho este livro a qualquer pessoa. É uma história nua e crua duma familia que teve um filho diferente, são os vários testemunhos, duros de se lerem de quem aceitou com dificuldade esta menina, quem chegou a desejar que tudo "tivesse um fim", para mais tarde assumir que esta criança é a razão da sua existência. Muitas vezes chorei ao ler certas passagens deste livro, mas fez-me bem lê-lo, acho que cresci mais um bocadinho como pessoa e como ser humano, e estou MESMO a ser sincera.

Não sei se esta história poderá ajudar familias com o mesmo problema ou não, mas sei que nos faz abrir os olhos para a realidade, sermos menos egoístas, compreendermos certas coisas de uma forma melhor, e aprendermos que ser diferente, é apenas isso.... ser diferente! Com os mesmos direitos, com os mesmos deveres (tudo ao seu ritmo) e com o mesmo direito a andar neste mundo com a cabeça mais ou menos levantada, com a lingua mais ou menos para fora e com mais ou menos dificuldade em conseguir abotoar os botões do pijama.


Podem ler aqui no blog da Gio.