segunda-feira, 21 de julho de 2008

Dom Casmurro


Escolhi falar um pouco sobre Dom Casmurro por várias razões. Primeiro porque, quando li, adorei a surpresa do português do séc. XIX ser tão semelhante no Brasil e em Portugal. O português de Machado de Assis fez-me lembrar muito o de Eça de Queirós. Claro que já existiam diferenças, mas as variantes da língua ainda não se tinham afastado tanto. Depois, acho a escrita de Assis muito mimosa, linda, encantadora. E por fim, acho que é uma história tão simples e que ao mesmo tempo mostra tanto do ser humano e dos seus sentimentos. Aqui vai um pouquinho da história:
Bento e Capitu se encantam um pelo o outro nos apaixonados anos da adolescência. A amizade de infância cresce e muda.
" Dei um pulo, e antes que ela raspasse o muro, li estes dois nomes, abertos ao prego e assim dispostos:

Bento
Capitolina

Voltei-me para ela; Capitu tinha os olhos no chão. Ergueu-os logo, devagar, e ficamos a olhar um para o outro... Confissão de crianças, tu valias bem duas ou três páginas, mas quero ser poupado. Em verdade, não falamos nada; o muro falou por nós. Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se."
Mas havia um problema, a mãe de Bento tinha perdido o primeiro filho e fez a promessa que se o segundo filho vingasse, entraria na Igreja. Bento não tinha qualquer vocação religiosa e tinha esperança de que a promessa tivesse sido esquecida.
"Ultimamente não me falavam já do seminário, a tal ponto que eu supunha ser negócio findo. Quinze anos, não havendo vocação, pediam antes o seminário do mundo que o de São José."
E mais não digo. Por hoje fico por aqui. Espero que quem não tenha lido o livro fique já com alguma vontade de o ler.
Pode ler aqui no blog da Isabel.

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