
Fé e Esperança vão às compras
Há quatro anos, a minha avó foi internada num lar de idosos
em Barnsley. Antes de ela morrer ia lá muitas vezes e essas
visitas estiveram na origem de muitas histórias. Esta é uma
delas.
Hoje é segunda-feira, pelo que lá deve vir outra vez o
arroz-doce. Não é tanto o facto de se preocuparem com os
nossos dentes, aqui em Meadowbank House, mas a habitual
falta de imaginação. Como eu dizia a Claire no outro
dia, há uma infinidade de coisas que podemos comer sem
termos de mastigar. Ostras. Foie gras. Abacate com molho
vinaigrette. Morangos com natas. Leite-creme com baunilha
e noz-moscada. Porquê então esta insistência nos pudins
moles e na carne pastosa? Claire – uma loura mal-humorada,
sempre a mascar pastilha elástica – ficou a olhar para
mim como se eu tivesse enlouquecido. Na opinião delas, os
pratos extravagantes desarranjam o estômago e Deus nos
livre de estimular em demasia as papilas gustativas que nos
restam. Vi Hope arreganhar um sorriso ao meter na boca
a última garfada de torta e percebi que tinha ouvido o que
eu disse. Hope pode ser cega mas não é nenhuma pateta.
Faith e Hope. Fé e Esperança. Com uns nomes como os
nossos, podíamos ser irmãs. (...)
2 comentários:
Olá!
Parabéns pelo blog.
Também eu adoro ler.
Gostaria de fazer parte da Academia.
O que tenho de fazer?
Teresa D.
Sinceramente adorei o conto da Fé e da Esperança mas os outros... muitos para mim não faziam sentido fiquei triste e acabei por ler apenas 4 ou 5... espero conseguir voltar a pegar neste livro pois adoro a Joanne Harris.
Lê, e opina!
http://universoparteleira.blogspot.com/
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