Faço minhas as palavras simples e sábias da ameixa e, como ela, também gostaria de pertencer a um clube de leitura e discussão de livros. Em alternativa a isso, desafiemo-nos por ora virtualmente. Puxa-me a ameixa para o desafio lançado pela Cláudia M, que reza assim:
"cada um viria falar do livro que anda a ler, ou de um livro que já tenha lido e que queira recomendar. A ideia é cada um vir mostrar o seu livro, comentando-o, pondo citações, etc. O objectivo seria incentivar à sua leitura (ou não)."
Clarice. Ou se adere apaixonadamente à sua escrita visceral, pura e intuitiva ou se lhe é indiferente. Acredito que não haja meio termo para referir o encontro com Clarice Lispector.
1)
Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão.
2)
Enquanto escrever e falar vou ter que fingir que alguém está segurando a minha mão.
3)
Oh, pelo menos no começo, só no começo. Logo que puder dispensá-la, irei sozinha. Por enquanto preciso segurar esta tua mão – mesmo que não consiga inventar teu rosto e teus olhos e tua boca.
4)
Mas embora decepada, esta mão não me assusta. A invenção dela vem da ideia de amor como se a mão estivesse realmente ligada a um corpo que, se não vejo, é por incapacidade de amar mais. Não estou à altura de imaginar uma pessoa inteira porque não sou uma pessoa inteira.Agora preciso da tua mão, não para que eu não tenha medo, mas para que tu não tenhas medo. Sei que acreditar em tudo isso será, no começo, a tua grande solidão. Mas chegará o instante em que me darás a mão, não mais por solidão, mas como eu agora: por amor.
Pode ler aqui no blog da Vague.
Sem comentários:
Enviar um comentário