sexta-feira, 20 de março de 2009

Memória de minhas putas tristes



Conta a história de um velho jornalista de noventa anos que deseja festejar a sua longa existência de prostitutas, livros e crónicas com uma noite de amor com uma jovem virgem. Inspirado no romance "A Casa das Belas Adormecidas" do Nobel japonês Yasunari Kawabata, o consagrado escritor colombiano submerge-nos, num texto pleno de metáforas, nos amores e desamores de um solitário e sonhador ancião que nunca se deitou com uma mulher sem lhe pagar e nunca imaginou que encontraria assim o verdadeiro amor. Rosa Cabarcas, a dona de um prostíbulo, conduzi-lo-á à adolescente com quem aprenderá que para o amor não há tempo nem idade e que um velho pode morrer de amor em vez de velhice.

A escrita incomparável de Gabriel García Márquez num romance que é ao mesmo tempo uma reflexão sobre a velhice e a celebração das alegrias da paixão.



É uma obra muito curta e por ser muito bem escrita, lê-se Memórias de Minhas Putas Tristes de uma sentada, eu li em cerca de 2-3 horas.
No entanto é recompensador, ao fim do livro, perceber que o narrador vai ficando cada vez mais leve ao sentir que não vai morrer ao entrar no seu 91º ano de vida e que está disposto a viver com plenitude e sabor os seus cem anos de solidão.
Esse livro quando saiu foi uma confusão por causa do título, que muito pouco tem a ver com o conteúdo do mesmo, "Memória de minhas Putas tristes", é um romance muito sensível para um título tão pesado, talvez seja exactamente aí que se encontra o contra ponto.

"No ano dos meus noventa anos quis oferecer a mim mesmo uma noite de amor louco com uma adolescente virgem."

"Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prémio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reacção contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco."
Excertos
- Memórias de Minhas Putas Tristes.

É assim que começa este magnífico livro do grande Gabriel García Márquez, autor do que considero o melhor livro que alguma vez li: Cem Anos de Solidão, que foi Prémio Nobel de Literatura em 1982.

Podem ler aqui no blog da Miss Slim.

3 comentários:

Noémia disse...

Quando descobri os escritores sul americanos, exactamente com a publicação de «Cem anos de solidão», também adorei!
Este nunca li.

cupido disse...

Me neither... Mas o Marquez é fabuloso.

Numa de Letra disse...

Gabriel García Márquez é um dos meus escritores favoritos.
Terminei recentemente “Memória das Minhas Putas Tristes”:

http://numadeletra.com/34202.html

Mas há mais:

http://numadeletra.com/10711.html

Um abraço